De olho na expansão do mercado, o apicultor Welligton Sousa de Pádua, intensifica o trabalho de produção de mel no município de Palmas, com o objetivo de atingir a excelência, e um dia chegar ao posto de exportador do produto. Segundo dados da Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária do Tocantins, (Seagro), a produção média de mel no estado atinge cerca de 200 toneladas por ano e continua a crescer de forma exponencial.
Sempre atento às novidades e com foco na profissionalização da atividade, Pádua, como é mais conhecido entre os produtores, conta que desde criança, sempre gostou de trabalhar com abelhas e que agora, sua atividade complementa a renda familiar.
“Desde criança, sempre gostei de abelhas, e criava as abelhas sem ferrão, que são bastante abundantes aqui na nossa região. Hoje ainda tenho outra renda, mas a apicultura é o caminho para daqui dois ou três anos possa viver só da produção de mel”, disse.
O produtor e pequeno empreendedor acredita que o sonho de se tornar um exportador de mel, deve demorar um pouco, porém ele afirma que está trabalhando para chegar a esse patamar o quanto antes.
“Creio que demore de cinco a oito anos para que possamos iniciar o processo de exportação do mel. Por enquanto, minha venda é no varejo. Hoje vendemos o mel direto para o consumidor final. Nosso próximo o é implantar uma casa do mel, para podermos ter o selo. Ainda envasamos na casa do mel de um produtor parceiro, que já está mais adiantado no processo de aquisição do selo”, argumentou.
Empreendedorismo
Pádua relatou que trabalhava como entregador há 17 anos e que decidiu suspender as atividades no final de 2023 para se dedicar exclusivamente à apicultura.
“Eu era entregador há 17 anos e nos últimos cinco anos eu sempre vendia o mel na mesma rota que eu fazia as entregas aqui nas quadras do plano diretor da capital. Em dezembro eu decidi sair das entregas para trabalhar com a produção e venda do mel e na remoção de enxames”
O apicultor explicou que seu foco está voltado no momento para algumas atividades primárias como aluguel de equipamentos, venda de enxames e consultoria para criação de abelhas.
“Estamos trabalhando atualmente com aluguel de caixas de abelha e polinização. Queremos continuar empreendendo, pois, para viver só da apicultura, temos que contar com a renda da venda do mel além, do aluguel das caixas, venda de enxames e consultoria tanto na área de criação e produção do mel quanto na área de projetos de polinização”.

O produtor que desenvolve seus projetos em parceria com diversos produtores rurais, informou que a maior parte do conhecimento como cursos, especializações e aperfeiçoamentos na área da apicultura ele adquire de forma on-line e complementa sua bagagem participando de palestras e cursos presenciais.
Preservação e Renda
O trabalho de remoção de enxames é feito em parceria com o Corpo de Bombeiros e com a Defesa Civil. Além de preservar as espécies de abelha, a remoção de enxame também é uma atividade que pode gerar renda a médio prazo, como explica o apicultor:
“Às vezes sou acionado para retirar um enxame de uma empresa ou residência, pois trabalhamos com a remoção de enxames de abelhas com e sem ferrão. Nós cobramos um determinado valor para remover esse enxame que é colocado em uma caixa racional. Após essa retirada, as abelhas são levadas para um apiário para serem tratadas. Com esse trabalho, além de preservar as espécies nós conseguimos obter uma renda com a venda do mel desse enxame num prazo de dois ou três anos”.
Polinização
A venda de enxames, conforme o produtor, é destinada a apicultores iniciantes, pequenos produtores e para produtores rurais que pretendem aumentar sua produção por meio da polinização, principalmente de pomares na zona rural da capital.
“Hoje nós vendemos um enxame por volta de R$ 300,00, R$ 500,00. Vendemos para aqueles produtores que pretendem iniciar a produção do mel, e para os agricultores que instalam as caixas para auxiliar na polinização dos seus pomares”, disse.
“Temos uma experiência exitosa aqui na capital. Instalamos algumas caixas em um açaizal e o produtor relatou um aumento de 15% na produção dos frutos do açaí de um ano para o outro. Após a instalação das caixas os cachos do açaí que antes estavam falhados agora estão completamente cheios. Nesses casos nós instalamos e damos manutenção total no apiário, pois alguns agricultores não tem aptidão, ou tempo necessário para dedicar ao apiário e nós fazemos todo esse trabalho”, completou o apicultor.
Parceria
O proprietário da chácara Nova Era, localizada no loteamento Córrego Comprido na zona rural da capital, Marcondes Martins Gomes de Oliveira, é sócio do apicultor na produção do mel. Com oito hectares de terra, o produtor rural disse que o intuito da criação de abelhas é o custeio da manutenção da propriedade.
“O nosso objetivo com a criação de abelhas e produção do mel é auxiliar no custeio das despesas da propriedade. Então estamos desenvolvendo a atividade da apicultura pela precocidade da produção e facilidade da venda do produto”, afirmou o produtor que conta com um apiário com pouco mais de uma dezena de caixas onde estão sendo desenvolvidas as colmeias.
