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Galões de agrotóxico que caíram no desabamento da Ponte JK, viajam 300 km pelo rio Tocantins e são encontrados no Pará

Falta de contenção e alta vazão do rio fizeram bombonas se deslocarem, mas apenas três pontos do rio são monitorados.

Nielcem Por Nielcem
28 de abril de 2025
em Brasil, Destaques, Estado
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Caminhão com mais de 25 mil litros de agrotóxicos caiu no rio após queda de ponte entre Maranhão e Tocantins, ocorrida em 22 de dezembro – Foto: Divulgação Marinha do Brasil.

Caminhão com mais de 25 mil litros de agrotóxicos caiu no rio após queda de ponte entre Maranhão e Tocantins, ocorrida em 22 de dezembro – Foto: Divulgação Marinha do Brasil.

Galões de agrotóxicos que caíram no rio Tocantins em dezembro, após o desmoronamento de uma ponte que ligava Maranhão e Tocantins, foram encontrados no Pará, a mais de 300 km do local do acidente. Algumas dessas substâncias são consideradas cancerígenas e podem causar riscos ao meio ambiente.

A informação consta em um documento do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais) de fevereiro, obtido pela Repórter Brasil.

O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), completou quatro meses nesta semana. Ao todo 14 pessoas morreram, e três continuam desaparecidas. Os trabalhos de resgate foram suspensos em janeiro, após alta no nível do rio.

Três caminhões caíram da ponte na hora do acidente, carregados com milhares de litros de agrotóxicos e ácido sulfúrico. Um deles transportava mais de 25 mil litros de pesticidas à base de 2,4-D, picloram e acetamiprido, acondicionados em galões de 20 litros.

Segundo o órgão ambiental, algumas bombonas de agrotóxicos foram localizadas em Nova Ipixuna e Itupiranga, no Pará, “a partir de 10 de janeiro”, 19 dias após o acidente. Um jornalista local chegou a noticiar a descoberta na época.

Apesar de o Ibama e outros órgãos governamentais afirmarem que não foi identificada contaminação da água até o momento, moradores locais e especialistas ouvidos pela Repórter Brasil temem que mais galões tenham se espalhado e jamais sejam retirados do leito do rio Tocantins.

“A gente nem sabe se a maioria das bombonas ainda continua embaixo da ponte, ou se já estão a quilômetros de distância. Isso é terrível”, afirma Fábio Kummrow, professor de toxicologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

O trabalho de retirada dos materiais teve início logo após o desabamento. Mas até 9 de janeiro, apenas 29 dos cerca de 1.300 galões haviam sido retirados pelas equipes do Ibama, da Marinha e do Corpo de Bombeiros do Tocantins.

Com o aumento das chuvas, houve a necessidade de abertura das comportas da Usina Hidrelétrica Estreito, localizada três quilômetros acima do ponto do acidente. Isso levou o Ibama a suspender os trabalhos ainda em janeiro, pois a elevação do nível das águas tornou as condições de mergulho inseguras.

À Repórter Brasil, o órgão ambiental disse que, por esses motivos, “não foi possível verificar a integridade das bombonas”.

“Com o término de tal período [chuvoso], as atividades de mergulho deverão ser retomadas para verificação e recolhimento das que ainda se encontram no local”, diz a nota do Ibama.

Estima-se que sejam necessários 145 dias para a retirada dos galões. Não há previsão para o reinício dos trabalhos.

O Ibama foi questionado pela reportagem sobre a dispersão dos galões pelo rio Tocantins, mas não respondeu a essa pergunta até a publicação da reportagem.

Para Kummrow, deveria ter sido feito algum tipo de contenção para evitar que as bombonas se espalhassem.

“Seria necessário um monitoramento a cada 50 km, por exemplo, porque todo o percurso do rio pode ter sido impactado. Não dá para ficar só ali onde aconteceu o acidente”, defende.

O professor explica que, apesar de as bombonas serem bem resistentes, o longo período embaixo da água, as colisões com pedras e outros sedimentos do rio podem ter aberto fissuras que permitem que pequenas quantidades estejam sendo despejadas, trazendo impactos ambientais.

O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), órgão responsável pela ponte e que agora coordena o monitoramento da água, afirmou que não foram implantadas barreiras físicas de contenção devido à falta de viabilidade para a ação.

“O rio Tocantins pode chegar a 48 metros de profundidade em alguns locais, com forte correnteza, o que impossibilitaria a instalação de equipamentos de contenção”.

(Leia a resposta completa no final da reportagem)

Rio Tocantins é ‘elemento central’ na vida de comunidades

O rio Tocantins nasce em Goiás e flui mais de 2.400 km no sentido sul-norte, ando por Tocantins, Maranhão e Pará, onde recebe as águas do Araguaia, até desaguar na Baía de Marajó, próximo a Belém (PA). Ele é uma das principais fontes de água para os municípios ao longo do trajeto, além de ser usado na irrigação de lavouras, no sustento de comunidades pesqueiras e como opção de lazer para moradores.

“Ele é muito mais do que um corpo d’água. É um elemento central em nossa vida cotidiana, economia e cultura”, afirma Conceição Amorim, coordenadora do Centro de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Padre Josimo, de Imperatriz (MA), cidade banhada pelo Tocantins.

Ela mostra indignação ao tratar da falta de informações dos órgãos públicos.

“Eles não divulgam absolutamente nada! Não falam sobre estudos, sobre a situação da água, eles não dizem nada”, protesta Conceição.

“Parece que já deram como certo que, por causa da profundidade do rio e da falta de estrutura e condições técnicas, infelizmente os galões vão acabar ficando lá no fundo mesmo”, declara.

Desde o acidente, ao menos cinco ações foram ajuizadas para cobrar explicações do Estado sobre o desabamento e exigir planos e prazos para a reconstrução. Uma delas foi movida pela organização de Imperatriz, que pede também o monitoramento contínuo do rio Tocantins, com adoção de medidas para conter os danos e mitigar a contaminação.

Análises de água não são divulgadas desde janeiro

Apesar dos pedidos da população, apenas dois testes de análise de água foram divulgados até o momento pelas autoridades. E um deles identificou o 2,4 D na água. Essa substância é utilizada na composição do “agente laranja”, usado pelo Exército norte-americano na guerra com o Vietnã para retirar a cobertura florestal e localizar soldados inimigos.

Em 24 de dezembro, dois dias após a queda do caminhão, o agrotóxico foi encontrado em uma amostra de água coletada em Porto Franco (MA), a 30 km abaixo do ponto do acidente.

A ANA (Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico), então responsável pelo monitoramento, afirmou à época que o valor detectado era “significativamente inferior à concentração máxima permitida pelo Ministério da Saúde” para os padrões de potabilidade da água. Disse também que a concentração encontrada é comum em rios que atravessam regiões agrícolas.

Em comunicado conjunto no início de janeiro, emitido por ANA, Ibama e MMA (Ministério do Meio Ambiente), os órgãos afirmaram que uma nova amostra de água foi coletada no mesmo local, mas dessa vez a substância não foi detectada. Desde então, os resultados das análises não foram mais divulgados.

Em fevereiro, o Ibama reou ao Dnit, órgão responsável pela ponte, a tarefa de monitorar a qualidade da água. Foi aplicado no caso o princípio do poluidor-pagador, pelo qual o responsável pelo dano ambiental custeia ações de reparação e prevenção.

Atualmente, estão sendo coletadas três amostras de água por mês: uma acima do local do acidente, outra abaixo e uma no ponto do acidente. Segundo o Dnit, a previsão é manter esse monitoramento até dezembro.

Questionada pela Repórter Brasil, a ANA afirmou que “relatório elaborado pelo Dnit indica que não há alterações relevantes dos parâmetros de qualidade de água”. Já o Ibama declarou que “nenhuma alteração na qualidade da água foi identificada acima dos parâmetros previstos nas normas” desde o início do monitoramento.

O Dnit, por sua vez, afirmou que todas as amostras coletadas desde fevereiro estão abaixo do limite de quantificação – valor mínimo que o equipamento de análise consegue medir de certa substância na água.

“Mesmo que haja traços dessas substâncias no rio, suas concentrações não são relevantes ou preocupantes neste momento”, diz o Dnit (veja as respostas na íntegra).

No Brasil, o alerta para contaminação da água para consumo humano costuma ser acionado apenas quando os níveis de agrotóxicos detectados ultraam o valor máximo permitido por lei.

A Repórter Brasil solicitou à ANA e ao Dnit o o aos resultados das análises de agrotóxicos na água, mas os órgãos não enviaram os laudos.

Especialistas apontam que há riscos do consumo contínuo de pequenas quantidades de agrotóxicos, mesmo quando estão dentro dos limites considerados seguros. O picloram, por exemplo, pode contaminar cursos d’água e afetar a biota aquática – seres vivos que habitam o ecossistema aquático. O 2,4-D é classificado como possivelmente cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, órgão da Organização Mundial da Saúde. Já o acetamiprido tem alta toxicidade para organismos aquáticos.

Logo após o acidente, a ANA chegou a dizer que a alta vazão do rio Tocantins ajudaria a diluir rapidamente os pesticidas, o que diminuiria os riscos para a população. Para Kummrow, da Unifesp, não é possível garantir essa afirmação sem que os resultados sejam divulgados à população.

“É muito fácil assumir que está chovendo, que a vazão está alta e que não há risco. É um discurso válido, mas sem dados numéricos, é um discurso vazio”, afirma. “Se está tudo normal, por que não divulgam os dados?”, questiona.

  • Poe Repórter Brasil.

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Tags: AcidenteAgrotóxicoBombonasGalõesIbamaParáPonte JKRio Tocantins
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