Imagens de um jacaré-açu de quase cinco metros capturado no Distrito de Luzimangues, a cerca de 10 km da capital Palmas, repercutiram e causaram alvoroço nas redes sociais neste sábado (23).
O animal foi localizado às margens do lago, próximo a uma balsa e imobilizado por funcionários de uma mineradora que acionaram a prefeitura de Porto Nacional, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar.
O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado e, quando chegou ao local, encontrou o animal vivo e já imobilizado pelos funcionários da empresa.
O animal gigante, foi amarrado com cordas e içado por uma pá carregadeira e depois colocado em uma caçamba e transportado para os mangues do lago, onde não há presença de visitantes.
A Polícia Militar informou que foi até o lago depois de receber informações sobre tentativas de ataque ao animal. Os militares perceberam que o jacaré estava com lesões antigas, sem as patas dianteiras e provavelmente cego de um olho.
A captura foi correta?
Um biólogo falou sobre as condições em que o animal foi resgatado. Para o biólogo Aluísio Vasconcelos, é preciso levar em conta as circunstâncias em que o animal foi encontrado e as condições disponíveis.
“Quando a gente vai fazer o manejo de jacarés, no caso esse é um jacaré-açu, geralmente a gente venda os olhos, amarra a boca e aí ele fica imóvel. Com várias pessoas, se amarra as patas dianteiras e traseiras. Só depois a gente consegue manusear o animal sem sofrer algum acidente ou deixá-lo estressado”, explicou.
Na visão dele, considerando o tamanho do jacaré e o fato de ele ter sido transportado de forma rápida com ajuda dos equipamentos, o animal não deve ter ado por situação de sofrimento.
“Não vou dizer que foi errado. Poderiam ter feito esse manejo correto, mas pelo vídeo deu para ver que foi algo rápido. Agora não podia ter deixado aquele monte de gente olhando. Quanto mais gente se aproxima do animal, mais estresse ele sofre”, argumentou.
Sem as patas
No vídeo, é possível ver que o jacaré está com as patas dianteiras amputadas. O biólogo afirmou que o animal pode ter sofrido ataque de piranhas.
“As piranhas podem comer as patinhas ou possivelmente quando ele está predando outro animal, elas aproveitam”.
Apesar desse ferimento que não se regenera, o bicho consegue se adaptar ao meio ambiente, disse o biólogo.
O especialista acredita ainda que os funcionários da mineradora conseguiram amarrá-lo por ele não ter as patas, o que impede a mobilidade do animal.
“Pata predada reduz a movimentação dele, e isso é uma sorte que eles tiveram. Se ele tivesse com as patas inteiras, talvez não tivessem conseguido pegar esse jacaré”, explicou.
- Com informações G1 Tocantins.