O número de queimadas no Amazonas em 2020 superou o recorde anterior, de 2005, e ou a ser o maior da história. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, até este domingo (11), o estado já registrou 15.700 focos ativos, enquanto em 2005 o acumulado de todo o ano foi de 15.644 casos.
O levantamento de focos ativos de incêndio do Inpe é feito por satélite desde 1998.
Os meses de agosto e setembro costumam ser os mais secos do ano na Região Amazônica e também formam o período em que, segundo especialistas, ocorrem os maiores índices de casos de queimadas e desmatamento.
No comparativo dos anos, atrás de 2020 e 2005, 2015 registrou o terceiro maior índice da história. Foram 13.419 casos. Em quarto lugar, 2019, com 12.676 focos.
Os municípios de Apuí e Lábrea, no extremo sul do Estado e fronteira com o Mato Grosso, são os mais afetados pelas queimadas nesse ano. Em Apuí, até o final da segunda semana de outubro foram registrados 2.740 focos, enquanto em Lábrea, 2.237. Os dois municípios estão na lista do Inpe como as dez cidades de todo o país mais afetadas pelas chamas.
Amazônia é o bioma mais afetado
Segundo dados do Inpe, a Amazônia é o bioma mais afetado pelas queimadas em 2020. 45,6% dos casos registrados no país durante o ano ocorreram na região. Dados mostram que, de janeiro a setembro deste ano, o número de focos de queimadas registrados é o maior desde 2010. Naquele ano, foram 102.409 pontos, enquanto em 2020, no mesmo período, 76.030.
Além das queimadas, a Amazônia Legal também registra um aumento no número de desmatamento. A região teve uma área de 964 km² sob alerta em setembro, a segunda maior em cinco anos, segundo um levantamento do G1. No Amazonas, o município de Lábrea, que também registra o segundo maior em número de queimadas em todo o estado durante o ano, já desmatou, em 2020, cerca de 42,06 km².
Queimadas em Apuí, no Sul do Amazonas. — Foto: Orlando Júnior/Divulgação
O desmatamento e as queimadas estão relacionados. O fogo é parte da estratégia de “limpeza” do solo que foi desmatado para posteriormente ser usado na pecuária ou no plantio. É o chamado “ciclo de desmatamento da Amazônia”.
Para o geógrafo e ambientalista Carlos Durigan, diretor do Programa WCS-Brasil, organização que preserva a fauna silvestre e lugares naturais em todo o mundo através da ciência, as queimadas são a consolidação das áreas desmatadas em campos agrícolas ou para atividade pecuária.
“O Amazonas é o maior estado do Brasil e nos últimos anos vemos esse aumento expressivo que vem pelo Sul do Estado. Nada mais é que a substituição do modo de vida, do modo de produzir amazônico pelo modo de produzir que vem de outras regiões, como o Sul e o Centro-Oeste. E que tá ligado ao agronegócio, a agricultura e a pecuária extensiva”, explicou.
O especialista também vê com preocupação a expansão dos eixos rodoviários na Região, como a BR-319, no Sul do Estado. Segundo ele, os números de desmatamento e queimada podem aumentar ainda mais se não houver controle por parte dos órgãos competentes.
“Se não houver uma salva-guarda sócio-ambiental por parte das autoridades vamos ver esse cenário de destruição estabelecido no Sul do Amazonas subindo para a Amazônia central, afetando a vida das pessoas que vivem na região do Purus e do Madeira, até Manaus. Estamos perdendo um patrimônio de valor incalculável, como biodiversidade, floresta, serviços ecossistêmicos e qualidade de vida”, ressaltou.
Política nacional
O presidente Jair Bolsonaro durante gravação de discurso para a 75ª Assembleia Geral da ONU — Foto: Marcos Corrêa/PR
No dia 30 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro declarou, em um discurso gravado e apresentado na cúpula sobre biodiversidade da Organização das Nações Unidas (ONU), que organizações, em parceria com “algumas ONGs”, comandam “crimes ambientais” no Brasil e também no exterior. O presidente não apresentou provas para as afirmações.
A afirmação, entretanto, desconsiderava um dado que aparecia na imagem postada pela própria Secom junto com a mensagem: os números de 2020 se referiam aos oito primeiros meses do ano – janeiro a agosto. Já os dados dos outros anos consideravam os doze meses.
O vice-presidente Hamilton Mourão contestou a decisão do ministro e afirmou que Salles havia se precipitado ao anunciar a suspensão das operações. Segundo ele, o bloqueio orçamentário de R$ 60,6 milhões do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) — apontado pelo Ministério do Meio Ambiente como motivo para a suspensão das operações — não será efetuado.
O presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto), deputado Amélio Cayres (Republicanos), participou na noite desta segunda-feira (09), das comemorações...
Usamos cookies em nosso site para fornecer a experiência mais relevante, lembrando suas preferências e visitas repetidas. Ao clicar em “Aceitar”, concorda com a utilização de TODOS os cookies. Rejeitar
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these cookies, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may have an effect on your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. This category only includes cookies that ensures basic functionalities and security features of the website. These cookies do not store any personal information.
Any cookies that may not be particularly necessary for the website to function and is used specifically to collect personal data via analytics, ads, other embedded contents are termed as non-necessary cookies. It is mandatory to procure consent prior to running these cookies on your website.