Formada em biologia e com ampla experiência na rede municipal de ensino da capital, a agora produtora rural e empreendedora, Helena Maria Feitosa, afirma que apesar de sentir saudades do tempo em que atuava como coordenadora e educadora, não se arrepende de ter trocado de profissão e garante: “Tudo que a gente faz com amor tem retorno”
Moradora de Palmas desde 1992, a pioneira que atua como feirante há 11 anos, contou como foi que decidiu dar uma guinada em sua vida e deixar o meio escolar e se tornar produtora rural e empreendedora.
“Eu trabalhava como professora e era responsável pelo laboratório de ciências em uma escola de tempo integral onde desenvolvíamos vários projetos na área do meio ambiente. Quando compramos uma chácara comecei a produzir. Iniciamos com a criação de aves, suínos e agricultura. Como tínhamos muita produção, surgiu então a ideia de empreender. Depois de pesquisar, vi que a feira era uma excelente maneira de escoar a nossa produção. Começamos com poucos produtos e hoje nossa banca é bem sortida. Hoje nós tanto criamos, quanto manipulamos e vendemos os alimentos”, declarou.
“Trabalhar diretamente com o cliente como empreendedora, pra mim é uma espécie de compromisso com a sociedade. Ofertar um produto de qualidade e ter um bom atendimento é um dos nossos diferenciais. Isso fideliza os clientes e garante nossa renda. É muito trabalhoso, muita dedicação, mas temos novos projetos para o futuro”, completou.
“Ser feirante é trabalhoso, é corrido, mas compensa por que é uma coisa que a gente faz com amor e tudo que a gente faz com amor tem retorno, rende bons frutos. Fazemos feira de terça a domingo aqui na região sul. Tem dias que temos mais movimento, tem dias que é mais fraco, mas feira é assim. Temos que nos organizar para não ter desperdícios, não perder o produto. Temos um planejamento para cada uma das feiras que trabalhamos”, afirmou.

Consultoria
A produtora e empreendedora obteve a consultoria do Sebrae e de outras entidades para poder se profissionalizar tanto como produtora e manipuladora de alimentos, quanto como empreendedora.
“Já tivemos vários encontros com o pessoal do Sebrae e outras entidades para aprimorarmos os processos de produção e manipulação dos alimentos pois existem algumas exigências da vigilância sanitária que tem de ser cumpridas para podermos ofertar um produto de qualidade. Essas consultorias foram essenciais para enriquecer nosso aprendizado e para o crescimento do nosso negócio. Como trabalhamos com alimento, temos que ter um carinho todo especial”, explicou a empreendedora.
Incentivo
Além de produtora e empreendedora, a feirante disse ainda que presta consultoria para pequenos produtores da zona rural para que eles possam produzir. Ela disse que para contribuir com a renda dessas famílias e transformar a realidade dessas pessoas, compra os produtos e os revende nas feiras.
“Eu incentivo o pessoal da zona rural para que eles possam produzir e ter mais uma renda. Eu presto consultoria, desenvolvo projetos e após essa primeira fase, nos compramos toda produção para fazermos a manipulação e o preparo para vendermos na feira”, pontuou.
“Os principais produtos são as pimentas, uma das nossas especialidades, doces, aves entre outros produtos. Foi uma forma que encontrei de transformar a realidade dessas famílias, de aumentar a renda desses produtores e assim melhorar sua qualidade de vida”, concluiu.
Delivery
Com a pandemia de Covid-19, e a suspensão das atividades nas feiras, a empreendedora teve a ideia de implantar o delivery. Ela conta que até hoje, muitos clientes optam por esse tipo de compra e explica o motivo: “A proposta do delivery surgiu da dificuldade que algumas pessoas tem de vir até a feira. A ideia surgiu na época da pandemia e até hoje temos clientes fidelizados. Pessoas com dificuldade de locomoção, idosos ou mesmo aqueles que não tem tempo pela correria do dia-a-dia, entram em contato com nossas redes sociais e fazem seus pedidos”.